sexta-feira, 3 de junho de 2011

Filhos de pais divorciados manifestam dificuldades para se relacionar e aprender matemática, indica estudo

RIO - Uma pesquisa realizada nos Estados Unidos mostra que, ao contrário do que muitos acreditam, filhos de pais separados geralmente não apresentam problemas de aprendizado ou de comportamento no período pré-divórcio. Por outro lado, eles costumam manifestar dificuldades em matemática e para se relacionar durante o processo do divórcio.

O estudo também revela, no ensaio de junho do American Sociological Review, que crianças cujos pais são divorciados são mais propensas a sofrer de ansiedade, solidão, baixa autoestima e tristeza. Esse aumento da "internalização dos problemas de comportamento" também começa no processo do divórcio e não se dissipa.

- As pessoas tendem a pensar que os casais passam por intensos conflitos conjugais antes de decidirem se separar - disse o autor do estudo Hyun Sik Kim, da Universidade de Wisconsin-Madison. - Minhas previsões originais eram de que filhos de pais separados vivem impactos negativos mesmo antes de o processo do divórcio formal começar. Mas meu estudo mostra que este não é o caso.

Kim percebeu que as crianças passaram a apresentar problemas de desenvolvimento depois que seus pais começaram o processo do divórcio, e essas questões continuaram a perseguí-los mesmo depois que esse período termina.

- Esse estudo revela que esses impactos negativos não pioram na etapa pós-divórcio, assim como não há sinais de que filhos de pais separados reproduzem tal comportamento com seus parceiros - disse ele.

Baseando-se em dados nacionais representativos, o estudo traça o desenvolvimento de 3585 crianças do momento em que entraram no jardim de infância até a quinta série, e compara as informações de crianças cujos pais são separados com aquelas com pais casados. Uma característica única do estudo é que ela foca nos casos de separação que ocorrem quando as crianças estão entre a primeira e a terceira séries, o que capacita Kim de examinar os efeitos do divórcio durante três etapas separadas: pré-divórcio (jardim de infância à primeira série), durante o divórcio (primeira a terceira séries) e pós-divórcio (terceira à quinta séries).

Segundo Kim, há muitas razões por que crianças cujos pais são divorciados ou a família está neste processo passariam por problemas.

- Esses fatores podem incluir o estresse que as crianças vivem como resultado de ver seus pais culpando um ao outro pelo divórcio ou argumentando sobre a custódia; uma situação instável, na qual a criança é levada de uma casa a outra ou são obrigadas a mudar para outro local com o responsável que recebeu a custódia, desfazendo suas relações sociais; dificuldade econômica devido a uma diminuição repentina na renda familiar; e efeitos residuais de uma depressão de um dos pais por causa do divórcio - explica Kim.

Enquanto o divórcio tem efeitos adversos no rendimento em matemática e relações pessoais, além de comportamentais, em geral, filhos de pais separados não vivem impactos negativos em suas habilidades de leitura ou têm dificuldade em externar seus problemas de comportamento, o que indicam que geralmente eles argumentam, discutem ou ficam com raiva.

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